domingo, 13 de outubro de 2013

Desabafo - As promoções são para todos

Em jeito de desabafo, mas tenho de o dizer. As promoções são para todos.
Não obstante os horários de cada um, em que claramente quem tem horários flexíveis leva vantagem de poder aproveitar as promoções e descontos mais cedo, mas nem é esse o ponto que quero focar. Desagradam-me 2 pontos.
 O 1º Gestão de Stocks:
As lojas quando lançam os folhetos, seja brinquedos, seja bens essenciais, seja outra coisa qualquer, por norma não fazem uma gestão do stock das promoções, esgota tudo nos primeiros dias, por vezes nas primeiras horas (lembro um desconto do Intermarché 100% no início do ano, em que 5 minutos depois da abertura da loja já não havia stock). Por um lado, não encomendam unidades suficientes, por outro passam a ideia que não têm o mínimo controle de quando repôr produto. Se a promoção é para durar 7 dias, não me parece boa política colocar todo o stock num único dia.
Daí que em conjunto com uma boa gestão do stock para as campanhas físicas, também sou da opinião que deveria haver um volume de artigos reservado para as compras online, que no último dia de campanha fosse libertado para a loja física caso não ficasse esgotado.
Sou também a favor da limitação do número de unidades por cliente, muito embora saiba que é muito fácil contornar essa limitação fazendo compras seguidas. Já existe em muitos produtos, especialmente no Continente com o açúcar, em que é limitado a compra a x unidades por cliente, mas se o cliente for lá 2 ou 3 x seguidas, consegue comprar mais que o limite, mas tudo bem, é um factor dissuador.  Dou porém o exemplo do Intermarché, em que muitas das vezes limita a 6 descontos por dia no cartão. E só posso concordar com isto. Porque deveria partir de cada um dos clientes, e é realmente uma pena que tenha de ser imposto algo que deveria ser um acto de cidadania.

2º Limpeza de prateleiras
 Não me refiro à higiene em si, que muitas vezes também fica aquém do expectável, mas à limpeza das prateleiras que alguns consumidores fazem, levando todos os artigos que estejam na prateleira, apenas porque podem, porque estão à disposição, porque têm horários mais flexíveis que outros, porque lhes apetece, porque se renderam ao consumismo desenfreado de levar tudo só porque pagam quase nada, mesmo que na realidade não seja um artigo que estivessem a precisar assim tanto, só para terem uma descarga de adrenalina de terem conseguido comprar tanto por tão pouco, pensando apenas em si, numa sociedade que infelizmente pensa cada vez mais assim, no individualismo. Faço a devida ressalva para quem na realidade compra o máximo que pode para ajudar famílias ou instituições que precisem, mas confesso, adorava ver, até porque é preciso bons exemplos, as entregas desses artigos às instituições. Ou uma nota das instituições a dizer que receberam tal mecenato.
Agora, levar os 30 artigos que havia, limpando as prateleiras de forma a que mais ninguém possa usufruir da campanha, sem ter este propósito comunitário, tenho de discordar. Porque como disse no início, as promoções são para todos. E há várias, para todos os gostos, algumas até cíclicas, que dá para todos aproveitarmos, porque uma coisa é aproveitar as promoções, outra é ser oportunista.
E o mesmo se passa com os vales. Se há 1500 vales para atribuir o limite é 2 por pessoa, para quê imprimir 20, tirando a oportunidade a  9 outros consumidores usufruirem da promoção? (20-2=18/2=9).
Muitas vezes, estes vales e promoções são o que permitem muitas famílias equilibrarem o orçamento doméstico e conseguirem fazer as suas compras no supermercado, de produtos essenciais como cereais e outros, e esses 20 vales às vezes até chegam a ser desperdiçado. É que vales são dinheiro com validade...

E este ponto liga ao anterior, que se alguns consumidores têm comportamentos menos sociáveis, então tenho de concordar que as insígnias tomem medidas de limitação nas promoções, em quantidade, para que não calhe sempre aos mesmos, e que o propósito das marcas e das lojas sirva ao máximo de consumidores possível. Mas devolvo também às insíginas a responsabilidade da gestão dos stocks das promoções, porque se os põem em folheto, têm de estar preparados para a procura que as mesmas vão ter. Leio imensos comentários de consumidores que nem conseguem fazer compras online dos produtos em campanha, ou só conseguem ir no fim de semana às lojas e já não têm nenhuma hipótese de adquirir os produtos em causa. Para as marcas e lojas isto não pode ser bom, ter consumidores que até iam à loja comprar determinados artigos, que acabam por comprar sempre outra coisa que faz falta, como produtos frescos, e que deixam de lá ir ou optam por outras lojas, já que sabem que não vão conseguir sequer "ver" os artigos.

Gostava de finalizar este desabafo lembrando o espírito de partilha que existe no nicho dos descontos, em que bloggers e leitores se entreajudam com dicas várias, quais as promoções, como acumular, que vales estão disponíveis, entre outras dicas, que muitas das vezes não se reflete no comportamento nas compras, em que impera o individualismo em vez do mesmo espírito de partilha de deixar algo para os outros também. é o que chamo de Ética nos descontos.
Haveria muitos mais temas a focar, mas por hoje fico-me por aqui.


5 comentários:

  1. Tens toda a razão,

    eu (estupidamente) fui a procura do jogo 4 em linha apenas ontem.. e a funcionaria disse-me logo que estavam esgotados desde o 2º dia do folheto..so aí está tudo dito....

    enfim melhores promoções virão!

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  2. imprimir 20? Acabei de ler um post numa pagina que a pessoa imprimiu 150 (!!!!) vales, portanto, limpou praticamente o stock, nem entendi como é que trouxe tanta coisa para casa.... Qual cidadania, as pessoas não se importam com os outros, depois é só colocar posts de como conseguiram essas acumulações fabulosas. É muito triste, pensando que há tantas e tantas famílias, entre quais a minha, que só conseguem comprar coisas melhores graças a essas promoções. É a lei da selva, safa-se quem poe e tem lata, passando por cima de qualquer principio e amor ao próximo. Os supermercados deviam sim, impor limite de unidades. Eu gasto uma fortuna em fraldas, e quantas vezes não cheguei ao supermercado e voltei de mãos a abanar...

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  3. Compreendo o motivo da frustração por falta de civismo mas não nos podemos esquecer que muitas vezes quando alguém leva 30, 40 ou seja lá qual for o numero de unidades, não é apenas para consumo próprio mas distribuição para a família (no meu caso que todos à minha volta estão sem trabalho, logo, há que aproveitar...bem mesmo assim não levo 50 mas 2,10 ou 12 dependendo do que se trata), negócio e sabemos lá o que vão fazer com tanto stock. SIM existe muitas outras que se deixam levar pelo consumismo e levam porque sim...porque apetece ou podem. Continuo a achar que a culpa da da cadeia de supermercados que temos. Já vi programas onde cadeias de supermercados encomendam x unidades( quando em grandes quantidades) para após a promoção. O cliente leva ao mesmo preço da promoção e não deixou a prateleira vazia...dando assim oportunidades a todos. Limite de unidade creio que não é solução continuará a existir pessoas que levam aos montes porque vai a filha, o pai, a avó, o primo, o tio e vai dar no mesmo. Tratasse sim de consciência e civismo...e isso infelizmente não podemos controlar.

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  4. Na minha modesta opinião, creio que é uma QUESTÃO CULTURAL. O povo anda eufórico com esta "novidade" das promoções, dos vales... Quando e SE efectivamente esta tendência dos vales e promoções for para ficar enraizado, as coisas mudam porque haverá em abundância, mais competitividade e variedade e aí já não haverá a tendência para "abarbatarem" tudo.

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Reportagem RTP

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